quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Nem em sonhos


Hoje eu sonhei com você dizendo que me amava e nem lá, no fundo do meu inconsciente, eu consegui fazer o mesmo. Covarde até em sonhos. Como eu sou medíocre...

No sonho você me esperava, sentado sozinho, na penúltima sala do corredor do segundo piso do meu colégio. Você não estava nem um pouco mais bonito, continuava com aquele aspecto de sono, com as mãos jogadas sobre as pernas, com ar de descaso e mesmo assim, conseguiu fazer meu coração acelerar ao te ver.

Você não sorriu ao me ver, estava ansioso pra dizer aquilo que sentia, eu via em seus olhos, você tinha guardado aquilo por muito, muito tempo. Na verdade, você tinha escondido aquilo sob piadas sujas e comentários infelizes que você disparava sobre mim a todo o momento.

Quando você, simplesmente, proclamou as palavras mais esperadas por mim durante todo o tempo que te conheci, eu apenas soube rir e dizer algo como “eu não sei se sinto o mesmo, eu acho que sinto, não sei”. O meu corpo, no entanto, gritava “eu estou perdidamente apaixonada por você, mesmo sofrendo por saber que você é um completo idiota!”.

Nossa! Como eu queria te beijar naquele instante e encher seu braço de pancada por fazer eu me sentir ainda mais tola que você! Como eu queria acordar...

E acordei. Acordei pensando em você e isso não é justo, por que ontem mesmo eu pedi pra você me esquecer! Eu pedi pra que você me deixasse em paz ou que me deixasse um pouco só, não lembro as palavras ao certo. Descobri com isso, porém, que estou lutando com a pessoa errada. Que diferença vai fazer você pensar ou não em mim o dia inteiro? Eu não vou saber mesmo. 

O problema sou eu, com essa vontade louca de te ligar, de te sentir, mesmo sabendo que isso é errado. O problema sou eu que não me obrigo a te esquecer, a te deixar de lado pelo menos alguns minutos pra que o meu corpo possa respirar um pouco de ar puro e pra que o meu coração não tenha um treco antes mesmo de eu completar uns 50. O problema é que lutar contra si mesmo é a luta mais difícil de se travar. Por que nós sempre temos um pouquinho de compaixão por nós mesmos...