sábado, 14 de maio de 2011

Não é porque é virtual que não pode ser real


Um amor virtual pode ser tão real quanto qualquer outro. Pode ser tão emocionante quanto qualquer outro. Pode ser tão sofrível quanto qualquer outro. Amor é amor, não importa como ele comece, ele simplesmente acaba existindo.
Muitas garotas se nunca tiveram um amor totalmente virtual, tiveram um grande amor a distância que era sustentado somente pela rede, e não há nada pior do que gostar de alguém que você nem chegou a conhecer ou mesmo que está tão longe que acaba se tornando algo, de certo modo inacessível.
Na internet, os sentimentos são expostos com uma facilidade muito maior que na vida real e isso pode fazer com que as coisas aconteçam mais rápido e em algumas semanas você pode estar apaixonada e sendo correspondida por aquele garoto que te adicionou no Orkut do nada. É estranho e muito bom e algumas pessoas acabam se prendendo ao amor virtual devido essa sua facilidade tamanha.
Porque reflita comigo, qual o mais fácil? Paquerar o garoto lindo da sua sala na cara de pau ou cutucar aquele PPG que você achou no Facebook? Pra mim a resposta é óbvia! Qual o mais fácil? Dizer, olhando nos olhos, que ama aquele garoto lindo que mora no seu prédio ou mandar um depoimento romântico para aquele PPG maravilhoso que comenta em todas as suas fotos te chamando de linda? Mais uma vez a resposta pra mim é óbvia!
E de amor virtual eu entendo! Eu fui uma dessas garotas que sonhou com o dia que iria encontrá-lo e poderia fazer jus as palavras que foram trocadas em uma conversa qualquer por MSN. Eu fui um dessas garotas que marcou encontros frustrados e que o coração bateu mais forte quando o som padrão do MSN ecoou pelo quarto. Fui uma dessas garotas que ficou sem saber o que falar quando escutou, pela primeira vez, as coisas dita por ele em sua própria voz ao telefone e não mais escritas em um recado no Orkut. Sim, eu fiquei nervosa em vários momentos como esses, pois era como se nós estivéssemos cada vez mais próprio de consumar o que sentíamos um pelo outro naquele momento.
E é ótimo (ou deve ser) quando, finalmente, conseguimos transformar esse relacionamento virtual em algo real. Eu, por exemplo, tenho algumas experiências frustradas sobre esse assunto, mas escolhi a que, pra mim, foi de certa forma a mais intensa e verdadeira!
Eu era realmente muito nova, talvez uns 12 anos, não sei, quando fui apresentada a ele virtualmente por uma amiga. Ele, a princípio era realmente muito apaixonado por essa minha que nos apresentou (eles já se conheciam pessoalmente) e sempre desabafava comigo sobre esse tal sentimento que não era correspondido.
Com o tempo as coisas foram mudando entre nós. A nossa sintonia era incrível e eu adorava passar horas conversando com ele por MSN. Trocávamos mensagens de texto o dia inteiro e não conseguíamos passar um dia sequer sem nos falarmos. Em pouco tempo seu nome estava escrito em meu caderno dentro de um desenho um coração torto.
O problema foi que com o passar do tempo, a nossa falta de perspectiva de um dia nos conhecermos pessoalmente foi enfraquecendo esse sentimento que para nós era tão real. E aos poucos, conforme fomos amadurecendo, nos tornamos apenas mais um contato offline na lista de contatos do MSN...
E seu nome já era uma vaga lembrança quando um dia nos conhecemos pessoalmente na festa de aniversário da amiga que nos apresentou um dia. Ele estava lá, tão lindo quanto eu imaginava que ele fosse, mas não era mais o garoto por qual eu havia me apaixonado anos atrás. Ele estava com outra garota, não sei se namoravam, mas mesmo isso não explicava a sua indiferença ao nosso encontro. Um sorriso torto, de longe, foi a única coisa que nos ligou durante poucos segundos, depois de meses sonhando com aquele momento. Depois daquilo, seu nome foi excluído totalmente dos meus pensamentos e dos meus contatos virtuais.
Inusitadamente, anos depois disso, o encontrei em um restaurante. Meu coração bateu mais forte, movido por um leve efeito de nostalgia. Ele não me viu, nossas mesas estavam um pouco distante, mas não conseguia parar de pensar em como aquilo era oportuno para um reencontro e, quem sabe, uma breve conversa, mas o que fiz foi, agindo por impulso, escrever um bilhete para ele que dizia: “Talvez você não se lembre de mim, mas eu me lembrei de você. Aléxia". Depois que o garçom entregou o bilhete e ele, curiosamente, leu, eu ainda o vi me procurando mas não tive coragem de permanecer ali... Dias depois ele voltou a me adicionar no Orkut e MSN, mas, ainda assim, hoje ele continua sendo apenas um contato virtual pra mim e uma boa lembrança. Depois de tudo, ficou mais que certo que não era ele. 

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