quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

06:11 as 23:47

Sinto sua falta. Quando eu acordo de manhã as 6:11 e procuro o celular pela cama, tateando o lençol e empurrando os travesseiros meio pro lado. Olho esperançosa para a tela do celular,  achando que encontrarei  algum sinal seu. Nenhum. E aí, eu sinto sua falta.
Lembro de você, vez ou outra, enquanto ando distraída pelos cantos, esbarro em alguém, derrubo um pouquinho de café na calça e corro até o banheiro pra passar um lencinho com água. Passou. Lembro de você de novo, quando a mancha seca e fica e muda de cor.
Esqueço. Leio algumas páginas do livro que eu tirei da instante na noite anterior, espero alguém chegar e sentar ao meu lado pra conversar. Papeio. Rio. Sorrio. E vai passando. E daí me lembro da mancha de café na calça e passo o dedo em cima, como se alguém notasse que ela está ali, mas ninguém nota, ninguém repara.
E conversa vai, conversa vem, penso em você. Passa. Resolvo alguma coisa, meu celular vibra, alertando alguma mensagem, eu olho rápido, sem esperanças, apago. Não é você. Como eu queria que fosse. Como eu queria saber se você também sente minha falta, se você não respondeu minha última mensagem por orgulho.
Nossa! Como eu sinto sua falta. Cruzo os braços por sob a cabeça e olho para o teto. Lembro-me daquela vez em que você me disse que, um dia, ficaríamos juntos pra valer e sorrio. Se ao menos fosse verdade. Se ao menos você estivesse comigo agora. Pego o telefone. Olho suas fotos pela milésima vez. Confiro se algo em você mudou. Não. Você está igual ao último dia em que nos vimos. E aí eu lembro que te tive por algumas horas e depois acabou. Simplesmente acabou. E você me deixou aqui pra sentir sua falta.
 
23:47. Vou dormir, fazendo, mais uma vez, a promessa que não sentirei sua falta ou pelo menos boa parte dela logo pela manhã. Mas me pego segurando o celular no meio da noite e desisto. Uma hora vai passar, mas agora não.

3 comentários:

  1. É minimalista a sua fortaleza, é feita de folhas e ás de espadas.
    como se toda dureza fosse guardada dentro do peito não para os outros mas para si, ninguém mais.
    seria tudo mais atraetente se as pessoas soubessem que ao invés de braços cruzados simplesmente um sorriso bastaria,que é preferível um cruzado no rosto que uma apunhalada. Ah, se todos tivessem a coragem de encarar o desconhecido e os conhecidos. Ás vezes, lendo suas palavras, me pego torcendo ou sofrendo, mas sempre surpreso com a sua capacidade e expressar, há quem diga que escrever é mais fácil, mas quem é capaz de expor seus medos, suas angustias, seus amores, seus calcanhares e mesmo assim seguir em frente? Não intácta, mas sempre se construindo, reconstruindo, rasgando fotos, guardando lembraças. Não seria injusto falar em perfeições. Suas imperfeições, essa inconstância de ser quase um que entrando em combustão em contato com o ar, o desejo de completude, seus cantos escuros, a fuga do comodismo, sua percepção descrever fragmentos mesmo que partes deles sejam seus sempre me deixam a imaginar. Eu me sinto um estranho a olhar uma obra de arte, mas a arte é o artista em pedaços, em palavras. P.S Não sou ele
    hitalol@hotmail.com

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  2. É minimalista a sua fortaleza, é feita de folhas e ás de espadas.
    Como se toda dureza fosse guardada dentro do peito, não para os outros, mas para si, ninguém mais.
    Seria tudo mais atraetente se as pessoas soubessem que ao invés de braços cruzados simplesmente um sorriso bastaria, que é preferível um jab no rosto que uma apunhalada. Ah, se todos tivessem a coragem de encarar o desconhecido e os conhecidos. Ás vezes, lendo suas palavras, me pego torcendo ou sofrendo, mas sempre me surpreendo com a sua capacidade de expressar, há quem diga que escrever é mais fácil, mas quem é capaz de expor seus medos, suas angustias, seus amores, seus calcanhares e mesmo assim seguir em frente? Não intácta, mas sempre se construindo, reconstruindo, rasgando fotos, guardando lembraças. Seria injusto falar em perfeições, mas suas imperfeições, essa inconstância de ser, quase que entrando em combustão quando em contato com o ar, o desejo de completude, seus cantos escuros, cativam. A fuga do comodismo, sua percepção descrever fragmentos mesmo que partes deles sejam seus sempre me deixam a imaginar. Eu me sinto um estranho a olhar uma obra de arte, mas a arte é o artista em pedaços, em palavras.

    P.S I Não sou ele
    P.S II agora eu sei o porquê de prestar atenção nas aulas de português, perdoe os erros, é que eu só os vejo depois de feitos.
    hitalol@hotmail.com

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  3. sem dúvidas, um comentário muito especial. :)

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