Não é nenhum segredo. A gente se olhou por um segundo ou dois e depois se olhou mais uma vez de longe. Foi rápido, mas foi intenso. Eu sabia que você me queria e você não precisou dizer nada. Seus olhos já gritavam por mim e você nem imaginava que eu já suspeitava disso. No entanto, quando você me mandou aquela mensagem no finalzinho da noite, escrito de uma forma bagunçada pelas doses de vodka que eu sabia que você tinha tomado, eu pirei. Sim, eu pirei. Por que eu sempre te olhei de longe, eu sempre te idealizei aqui perto, mas nada mais que isso. Nada mais.
E aí eu te respondi e você me respondeu e a gente se correspondeu. Durante duas semanas eu não queria mais ninguém, eu nem sabia de mais ninguém além de você e do seu jeito de dizer que tinha um bilhão de coisas pra fazer e que as fazia, mas ainda estava lá, comigo.
Foram duas semanas desde que você me olhou pela primeira vez até a gente se encontrar novamente. No mesmo lugar.
Que estranho que foi. Eu já havia me sentindo bem assim ao lado de alguém, mas não hora eu não me lembrava quem esse alguém seria. Não me lembrava e nem me importava. Você estava lá, você me queria e eu queria você. Queria te beijar, queria te ouvir falar. Queria que você me abraçasse enquanto eu estava de costas. Queria sua mãos na minha nuca e eu queria passar os dedos na sua boca, no seu sorriso escrachado, nas suas palavras de garoto, na sua voz. Eu queria ficar com você a noite inteira, te sentir, te entender e te ter em meus braços. E eu tive tudo isso. Você me permitiu tudo isso e foi incrível.
Hoje eu me lembro como eu já tinha idealizado isso tudo e como foi melhor, bem melhor do que eu poderia supôr. O bom disso é que a gente aprende que existem pessoas que ficam, mesmo que só por uma noite e isso já basta. Como eu dise foi rápido, mas foi intenso.
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