sábado, 5 de fevereiro de 2011

Primeira Amizade Colorida

Se você nunca se apaixonou por um amigo, com certeza algum amigo se apaixonou por você. Se você diz que não, tenha ainda mais certeza, você que não notou. Minha mãe mesmo fala: “Amizade entre homem e mulher não existe”.  Tudo bem, ela pode estar generalizando. Mas a probabilidade de isso acontecer pelo menos uma vez na sua vida é grande. Não é que todos os seus amigos(as) vão se apaixonar por você em algum momento de sua vida. Não, eu não falei isso , falei? Mas se pelo menos um(a) não sentir nenhum tipo de atração por você em algum momento, o caso é grave.
 Quando nós, garotas, construímos uma amizade com um garoto, nós nos apegamos demais aquele vínculo. Porque não existe nada mais real/concreto do que a amizade de uma garota e um garoto quando ela de fato existe. É uma amizade a prova de inveja, de disputas, de egoísmo. Não corremos o risco de nos apaixonar pelo mesmo garoto, de comprarmos a mesma roupa pra usar naquela balada ou de querer ser ouvida primeiro na hora que a tristeza bate em nossas portas. Apenas há uma neutralização. Um complemento. Ele estará lá quando você precisar e você também, sem querer nada em troca. Mas aí entra o que eu disse em uma citação anterior. A amizade precisa existir. Ela precisa ser plena, completa, estar ali 100%, pois se não... Corre o risco de os sentimentos se confundirem.
Entenda, não fique pensando que aquele(a) seu amigo(a) de infância está apaixonado(a) por você porque ele(a) lhe deu um chocolate, assim, do nada, ou porque ele(a) te emprestou um dinheiro em um certo dia qualquer. Não, pelo amor, você ficará paranóica se pensa que as coisas são tão simples assim. No entanto, ATENÇÃO! Preste bastante atenção se e somente se...
1.       Se você for muita areia pro caminhãozinho dele(a), cuidado, a probabilidade de amigos(as) feios se apaixonarem são muito maiores.
2.       Se seu amigo(a) for muito areia pro seu caminhãozinho, cuidado... Brincadeira! Mas se ele for muito bonito, ah, não importa.
3.       Se ele(a) passa muito tempo com você e no final do dia ou em fins de semana ele(a) liga com freqüência.
4.       Se ele(a) abraça demais, beija demais, aperta demais, sufoca demais. Lógico, preste atenção e note se isso acontece só com você.
5.       Se ele(a) segura sua mão quando alguém está perto, toca seu ombro, abraça, principalmente, quando esse alguém for do sexo oposto.
6.       Se ele(a) põe defeito em todos os seus PPG’s. SINAL GRAVE!
7.       Se ele(a) rir de tudo que você fala, até quando não era pra rir.
8.       Se ele(a) te manda alguma mensagem dizendo que está com saudades. (valido somente para aqueles que se vêem com certa freqüência). SINAL GRAVE!
9.       Se ele(a) te xinga muito. (Pode parecer mentira, mas é uma verdade verdadeira).
10.   Se ele(a) achar que selinho é coisa de amigo. (Faça a pergunta e se a resposta for sim... hahahah).

Pois bem... Se o sentimento for recíproco, que bom! Amizade que vira amor tem muito mais chances de durar. Uma pena se for o contrário. Se você não sente o mesmo, as chances são quase nulas de um dia esse relacionamento vir a calhar, já que você geralmente conhece essa pessoa tão intimamente que acaba não sentindo aquele tipo de atração cega que sentimos ao estarmos apaixonados. CUIDADO! Pra sustentar uma amizade, precisamos que o sentimento seja mutuo, não adianta ser amigo sozinho, as coisas podem acabar ficando bem difíceis de agüentar...
Nos conhecemos no colégio. Ficamos amigos por acaso. Não tínhamos nada em comum. Eu ainda era uma garotinha ingênua, ele não, ele já conhecia a vida como um garoto de 13 anos conhece. Aos poucos, ele me ensinou como era divertido fugir da mesmice, sair do padrão, quebrar as regras.  Como era engraçado rir dos outros, falar alto e rir mais alto ainda. Me ensinou como era interessante ver as coisas de cima! Andar sem olhar para os lados ou sem desviar das pessoas. Gritar, cantar, dançar, sem ter vergonha! Se aquilo fosse ridículo para alguém, que fosse, chamaria aquilo de inveja se soubesse. Resumindo, ele me ensinou que eu podia me divertir sem ter medo de estar fazendo algo errado. Porque o errado existe pra dá um pouco de prazer a vida, pra quebrar a rotina. Ele me ensinou a ser eu mesma. A ser um pouco dele, lógico, mas hoje, de acordo com o meu amadurecimento, eu deixei o que tinha dele pra trás, sem tirar, de forma alguma, o seu mérito de ter me ajudado a agilizar meu processo metamórfico. Enfim, éramos amigos.
 Anos foram se passando. A intimidade feria, já não tínhamos mais barreiras nenhuma. Não conseguíamos passar mais que um dia sem nos falarmos. Tínhamos lá nossos apelidinhos carinhosos, mas também tínhamos nossos apelidos nada amigáveis. Para os olhos dos outros ou ouvidos, que seja, aquilo soava como ofensa e das feias! Mas, como eu disse, era íntimos. Piadas internas, brincadeiras que só nós dois entendíamos. Beijos e abraços constantes. Quem nos via até podia imaginar que éramos mais que amigos devido a isso. Como eu disse, não havia problema algum em trocar alguns selinhos vez ou outra, era íntimos.
Com o passar do tempo, as brigas foram aumentando de proporção. Já não agüentava mais os palpites que ele dava na minha vida, a falta de sensibilidade dele ao saber que eu tinha, talvez, me enganado em relação a algum carinha. Não agüentava não poder ligar para ele pra desabafar sobre o fulano e ele não estar disposto a escutar e dar os conselhos que antes, até eram mais fáceis de ser arrancados.
Certa noite, porém, ele resolveu me dizer tudo que pensava. E eu até entendo o porquê daquela noite. Era tarde, ele estava ‘alto’, já tinha visto e ouvido coisas demais e então resolveu falar, o que ele tinha a perder não? Ele tinha muito perder. MUITO. Uma amizade de anos. E foi isso que ele perdeu na noite em que ele disse, da forma mais grosseira de todas que me amava.
Sim, ele disse que me amava, numa noite sem lua, depois de uma mistura de bebidas de todas as cores e sabores. Ele disse que me amava com o coração cheio de raiva, de ressentimento e depois daquele dia, digamos que as coisas nunca mais foram as mesmas.
Passamos quase um ano sem nos falarmos de jeito nenhum, apesar de estudarmos juntos. Senti muitas saudades durante todos os meses que fiquei, de certa forma, longe dele. Pensei em algumas vezes tentar sentir algo por ele, mas não consegui. As coisas, felizmente, se ajeitaram.
Hoje, somos amigos, não como antes, claro. Mas as coisas estão bem melhores do que meses atrás. A espontaneidade voltou, já não somos completamente estranhos como éramos quando voltamos a nos falar. Hoje, ele voltou a ser alguém que eu considero muito. Mas, como eu deixei bem claro algum tempo atrás, volto a lembrar, não era ele.  

Um comentário:

  1. Caraca, cara! Só escreveu verdade. Pena que sabendo de quem é que ela tá falando, a história perde 80% do encanto! Mesmo assim, todo mundo já esteve nessa posição ou na posição do amigo da Aléxia!

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