Não adianta, não dá pra fugir do passado e eu comprovei isso nesse carnaval. Já devia ter postado sobre isso há um bom tempo, mas somente hoje me peguei com coragem o suficiente pra escrever sobre ele. Por que pra quem lê pode não significar nada, mas pra mim, relembrar todos aqueles meses é como se uma chama de excitação começasse a, finalmente, ganhar força dentro de mim de novo. Há anos não o via, nem mesmo pensava nele quando, de longe nossos olhos se encontraram, mesmo que por segundos. Lembrei dos risos, dos segredos, das histórias, de como ele me ensinou bastante do que eu sei hoje. Ensinou-me a ser forte, a não acreditar em tudo que eu escuto e a como não levar as coisas tão a sério. Ele me ensinou tudo isso e nem sabe. E eu também nunca tive uma oportunidade de agradecer. Sei que ele ainda pensa em mim, esse mês mesmo, ele me ligou pra saber como eu estava e eu disse que estava bem, mesmo meu time tendo perdido ao último jogo. Nós sempre discutíamos sobre futebol e nos irritávamos por causa das opiniões conflitantes, mesmo torcendo pelo mesmo clube. Depois mudávamos de assunto e nos beijávamos e riamos, ou algo do tipo. Como eu sinto falta daquele beijo ou de como ele me beijava, talvez. De como ele soube me ouvir e me respeitar, apesar de não entender muito bem os meus motivos por ter o deixado ir assim, tão de repente, e, ainda por cima, negando a seus pedidos. Como eu o admiro e ele nem sabe. Como eu sou feliz pela pessoal que ele se tornou e pela pessoa que ele me fez ser. Como eu fico feliz de tê-lo encontrado por apenas alguns minutos durante esse carnaval e ainda sentir que algumas pessoas não precisam nos reconquistar mesmo após um bom tempo longe.
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